sábado, 22 de maio de 2010

Geração do ócio

Incrível como fica cada vez mais difícil produzir qualquer coisa nessa nossa infeliz época ~~

quinta-feira, 29 de abril de 2010

1/4 de século

Completei 1/4 de século no dia 26... Passei o dia do meu aniversário pensando em quanto muita coisa mudou e quanta coisa não mudou. 1/4 de século e muita coisa pra fazer...

sábado, 31 de outubro de 2009

Guitarrices

Aí, aí... Eis dois timbres fodaçaralhos ~~

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Saudoso Jiban

"O policial Naoto Tamura sacrificou sua vida para derrotar um dos monstros da organização Biolon, mas renasceu como o Policial de Aço Jiban, passando a combater o grupo maligno, liderado pelo Doutor Jean Marrie..."
Voilá! Eis o Robocop japonês!!
Maldita Manchete que nunca exibiu o final da série!



quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Tarantino's Mind

Curta sobre o cabra da peste: Tarantino

Estigma Familiar

O estigma familiar, ou melhor, ao estigma familiar, ou seria ferrão familiar - como na letra “daquela” música. Esse é um brinde sem copo, mas com conteúdo, embora não liquido, é gasoso, pensamentos em forma de vapores gerando um entorpecimento daqueles. Esses são os piores porres homéricos. Eu brindo sozinho, bebo meus próprios tormentos, fico de boca seca, não tenho ocupação para minhas mãos, como já dito acima, e não há esse alguém para me sustentar. O que é uma mentira! Esse alguém existe, mesmo que muito disforme no mundo concreto, e também de concreto, pesado nos meus ombros, chumbo no meu estômago. Dá nojo de mim, pois eu estou farto de me consumir, sou minha própria droga agora. Alucinação da pior espécie. Eu olhando pra mim.

Dormência, principalmente na mente, no campo das decisões, como os bêbados, eu cheio de mim mesmo, não tenho firmeza. Sou meu próprio ventríloquo, mesmo que invisível estou, nesses momentos de ébrio sentimental, sempre manipulando a tornar de mim uma piada ainda mais patética. Além disso, sou minha própria platéia, rindo por conveniência, criticando, apontando, me atirando dezenas de tomates murchos.

O que me resta é assistir a ruína de meu próprio legado, ao menos esse, era uma boa piada. O colapso de meus alicerces maliciosos, o apocalipse de minha auto-estima. A sensação é semelhante a queimar dinheiro, acredito. Regozijar no crepitar das chamas de minha reputação maquiavélica, faíscas que refletem nos meus olhos tomados de insanidade e demência. Goles e mais goles de carência, fera sempre aplacada por formas sem face, mas que hoje sofrem de uma dependência de tipo específico. Eu sou um vampiro sedento pelo sangue de uma quimera, um monstro que eu criei e que se alimenta da minha infeliz mediocridade afetiva.

Eu assisto o motim de meus brinquedos, meus soldados de chumbo, minhas bonecas de plástico. Uma marcha esbaforindo blasfêmias para minha tradição eclesiástica, ignorando minhas leis, roubando meu ouro, invadindo meu palácio e fazendo meu povo pedir minha cabeça. Sentado em meu trono, no meio da noite, enquanto silenciam os risos dos outros, embora não os meus escárnios para mim mesmo, eu pondero sob a possibilidade de uma jogada de mestre, uma virada de mesa, meus conhecimentos são vastos, mas a decadência de meu ânimo em pensar que eu posso tornar tudo tão feio torna-me ainda mais prisioneiro de um tão notório vício. Eu prefiro ser degolado, ser vaiado, ser mutilado, que destruir esse sonho tão letal, que nunca ousarei chamar de pesadelo.

Aceito meu fim, quase como num seppuku, infeliz e irônico estrangeirismo. Ainda me restam boas piadas e um mínimo de elegância, que usarei para caminhar por entre meus inimigos, outrora covardes e ocultos, hoje felizes com a perda de minhas defesas, com o maldito corte de meu cabelo. Estou vivendo a história de Sansão, a vitória da reencarnação de Dalila. É uma nova versão é verdade, com referências pop e underground, mas acabo ficando fraco e cego, justamente por ter traído minha própria fé. Finais felizes estão fora de moda, estou lascado.

Estou a vislumbrar meu amanhã. Todas as possíveis e previsíveis pedras psicológicas atiradas em mim, eu irei esquivar do que puder, mas serei igualmente débil no fim das contas. O maior incômodo em si, não é minha derrota, mas minha mania de grandeza se preocupa mais com a ascensão de meus algozes covardes, bando de cobras rasteiras, adestradas por mim. Outra ironia.

Desceu a última gota de vazio por minha garganta. Reflito. Não reclamo. Aceito, embora ferido. O destino põe-se de uma maneira que não consigo enxergar situação que pudesse mudar tudo, talvez só com uso de uma mágica ancestral, mas nem mesmo meus feitiços ouso tentar. No intervalo de alguns suspiros e constatações desesperadas percebo que uma vitória nesse momento, com o decurso de todos os eventos, me seria tão patética quanto minha fatídica derrota. A esperança me alisa os cabelos e canta em meus ouvidos, eu não durmo, ela não me convence, embora eu quisesse tanto acreditar em milagres, simplesmente, não consigo.

Eu planejo ostentar meu riso torto e debochado como um escudo dourado, que na verdade seria apenas um sorriso amarelado de vergonha e danação. Esse será o semblante visto por meus aliados, fico feliz de estar cego e não ter que ver seus rostos de decepção, embora consiga imaginar e ouvir suas bravatas de incentivo e planos vãos. Isso me deixa abalado.

Quebro algumas coisas em minha mente num gesto de revolta. Dá alívio. Dá alívio escrever esta grande bobagem aqui demonstrada. Amém.